Você pode ler ouvindo essa canção maravilhosa aqui da YMA, que me arranca lágrimas em meio a sorrisos:
Não sei vocês, mas pra mim esse ano foi difícil. digo "foi" mesmo que ainda tenhamos três meses pela frente porque estamos mais pra lá do que pra cá e, mesmo que coisas aconteçam, não muda o fato de que esse ano foi difícil.
e passou como um raio. às vezes penso em algo com aquela sensação de que aconteceu mês passado e de repente me dou conta de que foi em março, seis meses atrás. o assunto "nossa, o tempo tem passado rápido demais" está batido e coisa e tal, e a gente pode atribuir todo tipo de coisa pra essa sensação que entra ano, sai ano, só se acentua, e entrar num papo eterno, mas, de novo, pra mim, a sensação foi de que esse ano foi um piscar de olhos.
a quantidade de coisas que eu queria fazer no início do ano segue, em sua maioria, por fazer. e quando penso no motivo, a frase "não deu tempo" é a primeira a aparecer em minha encalacrada mente.
não foi um ano ruim - embora algumas coisas pontuais tenham sido verdadeiramente péssimas.
mas meu deus, como foi difícil.
foi um ano em que minhas expectativas foram sendo, pouco a pouco, esmagadas pela realidade. e eu precisei aprender a navegar por entre esses escombros de maneira muito ágil, caso contrário eu seria levada junto com o entulho. semana após semana, mês após mês, uma maratona com obstáculos, e claro que chego no número dez do calendário completamente exausta.
exausta principalmente de mim mesma.
exausta do meu trabalho, exausta do que coloco no mundo, exausta de não fazer aquilo que quero fazer.
exausta também da internet (mas isso não estamos todos?), exausta das conversas superficiais, das fórmulas mágicas, da simplificação da vida cada vez mais complexa que temos que viver.
exausta de gente que era pra ser de verdade se vendendo como um produto e mercantilizando uma vida inacessível e feita para as lentes -e só pra elas.
exausta de ter que pensar-muito-sem-parar-o-tempo-inteiro antes de falar/escrever pra não escorregar num argumento e ser engolida pelos justiceiros da internet bastiões do certo & errado.
exausta dessa cidade que foi entregue ao que há de pior na política e cada dia se torna mais insalubre, perigosa, sem memória e sem vida.
exausta de quem só vê o copo cheio e de quem só o vê completamente vazio. exausta de ter que ficar me auto-justificando a respeito de coisas que me fazem bem porque meia dúzia de pessoas no twitter acharam um jeito de problematizar uma parada qualquer e outra meia dúzia de páginas do instagram usou a mesma coisa pra promover um monte de baboseiras neo-liberal.
exausta de mais uma porção de coisas.
e eu só queria dormir.
tem um tanto de assunto que eu poderia abrir das coisas que falei ali em cima, mas vou guardar pra conversar sobre eles no podcast que estou gravando.
sim, estou inclusive falando disso aqui que é pra ter um compromisso com vocês de que ele vai nascer, vai vir ao mundo nem que seja a última coisa que eu faça nesse difícil ano de 2023.
ao invés de me aprofundar nesses temas todos, fiquei querendo fazer uma atualização de coisas da minha vida e que tô com vontade de dividir. menos cabeçudas, mais 'oi gente!'.
Agora você já pode trocar a trilha sonora e ouvir o "Vampiro", também da YMA, do álbum delicinha "Par de Olhos".
🏍️ Talvez a coisa mais legal desse momento atual da minha vida sejam minhas aulas de moto.
Estou tirando carteira de habilitação, um processo chato e longo que começou em outubro do ano passado e eu, ingenuamente, acreditei que nessa altura do campeonato já estaria encerrado. Ledo engano. Eu resolvi que faria de carro e moto duma tacada só, e no início desse ano, enquanto fazia as aulas de carro, fui ficando cada vez mais insegura e ansiosa, graças a um instrutor que só fazia minar minha confiança. Chegou um momento em que eu não queria mais ir nas aulas, e, quando não passei na prova (no shit, sherlock), posterguei a segunda tentativa o máximo possível.
Isso foi o suficiente pra que eu quase desistisse da carteira de moto. Ainda bem que não o fiz, porque estou adorando.
Nunca havia nem tentado dirigir uma moto, e mesmo tendo pai e mãe dirigindo veículos automotivos de duas rodas desde que sou pequenina - memória afetiva meu pai ou minha mãe indo me buscar de mobilete na escolinha - e meu namorado também dono de uma motoca, nunca passei do status de "garupa". Eu sou um tanto caxias pra algumas coisas, não nego.
Pois bem, lá fui eu aprender do zero e tá sendo, acima de tudo, divertido. Adoro o ventinho, mesmo atingindo o máximo permitido de 14 km/h na pista da moto escola, adoro o poder de controle que minhas coxas possuem quando agarram no tanque e me ajudam a fazer uma curva mais fechada, adoro o barulho do acelerador que responde imediatamente ao gesto do meu pulso e adoro a sensação de correr em cima de duas rodas. Sim, estou apaixonada.
(esse vídeo tem umas duas semanas, quando comecei a fazer as curvas fechadas)
Ainda fico nervosa em alguns momentos (largar a embreagem muito rápido é a minha Questão™️), e não acho que vou sair comprando uma moto e fazendo grandes estripolias, mas é divertido e isso é tudo, por enquanto.
📸 Deletei o aplicativo do Instagram do meu celular (e o Tik Tok também) porque, surpresa-surpresa, tava ocupando um espaço gigante não só no meu dia, mas na minha cabeça. Um espaço precioso, que não deveria ser gasto com aquele monte de bobagem, sinceramente. Às vezes penso “o que eu realmente gosto de ver?” nesses aplicativos e, tirando a facilidade com que você passa por imagens e estímulos visuais sem nenhum esforço, me alienando imediatamente do mundo ao meu redor, nada me vem à mente. Nem quem eu gostava de acompanhar eu tenho gostado mais. Problema mais meu do que dessas pessoas, que, em sua maioria, seguem fazendo coisas legais. Eu tô esgotada, e eu encontro um monte de problemas em mim quando fico muito tempo nesses aplicativos. Não sou boa, bonita, rica, bem sucedida, inteligente, viajada, esperta, engraçada, mordaz, gentil, legal, cool, autêntica, artista, estilosa, interessante o suficiente - e mais uma lista infinita de coisas, todos os dias. Desgastante. Eu me comparo o tempo todo - e de novo, esse é um problema meu.
Essa insatisfação parte de um lugar que GRITA dentro de mim querendo sair, e eu entendi que ou eu paro de me distrair com inutilidades que não me fazem bem - porque adoro e apoio inutilidades que me distraem me fazendo bem - ou eu vou só aumentar minha amargura, cada vez mais.
E se tem algo que me assombra é a ideia de envelhecer amargurada com a vida.
🌴 As melhores memórias desse ano envolvem viagens. A última que fizemos, eu e gui, envolveu canoa, um fake-fiorde e águas azuis da cor das mais belas imagens de mar que você já viu. Fomos pro "Saco do Mamanguá", em Paraty, no RJ, no feriado de sete de setembro, sem conhecer nada do lugar. Só fui seduzida pela ideia de ficar isolada do mundo real e acordar todos os dias com o mar bem na minha frente. Minha ideia de paraíso, honestamente.
Após ter ido, não vejo a hora de voltar.
Recomendo a todo mundo que não é fresco e curte a ideia de viver uns dias imerso na natureza, sem restaurante-barzinho-rolezinho pra ocupar a mente.
A casa em que ficamos, de um morador do próprio Mamanguá, absolutamente gentil e prestativo ♡, possui uma canoa ideal pra ser usada como meio de transporte, e que nos levou do manguezal (numa ponta) a uma praia que descobri, dias depois, que foi usada como cenário no filme "Crepúsculo" (quase na outra ponta). Use essa informação como quiser.
O tempo definitivamente passa de outro jeito nesse lugar, e eu me peguei várias vezes pensando como posso viver uma vida com mais disso e menos da fritação insana das cidades cosmopolitas que habitamos. Ainda não encontrei as respostas, sinto (me) decepcionar.






📚 Li umas coisas boas nesse último semestre. O ponto alto definitivamente foi "Amanhã, amanhã, e ainda outro amanhã" da Gabrielle Zevin. Não vou me aprofundar, mas as quase seiscentas páginas passaram voando enquanto eu vivia deliciosos momentos de indulgência acompanhando a vida de três amigos. Cometo a heresia de dizer que me lembrou, ainda que numa versão extremamente soft, o meu favorito "Uma vida pequena". As histórias não têm nada a ver, mas me embalou e me acolheu de jeitos parecidos, teve seus altos e baixos na narrativa, e me marcou profundamente - mas sem me causar danos cerebrais incuráveis como o drama da Hanya. Redundante dizer que recomendo.
No vôo de volta de BH pra SP, li "Paixão Simples", da Annie Ernaux, autora que metade acha chata, metade acha genial. Eu acho genial, ainda que meio chata às vezes. Sei lá, não somos todos meio chatos? (Porém quase nunca geniais). Esse livreto não tem nem cem páginas, mas foi o bastante pra me fazer reviver uma das minhas paixões mais intensas e complicadas que já vivi, e falar mil vezes "É ISSO!!!!", enquanto riscava o trecho com uma lapiseira Pentel. Leiam, mas se vocês a acharem chata, o problema não é meu.
Também li"Pageboy", do Elliot Page, um relato cru e doloroso da vida do ator, desde sua infância até pouco depois da sua transição. Pra nossa geração que idolatrava Juno, acho de bom tom ler o que ele tem a dizer sobre o que toda essa exposição fez com ele - e quão sujo e perverso são os bastidores de Hollywood. Não que a gente não desconfie, mas né… Tem momentos divertidos também, e umas fofocas boas.
Depois mergulhei na dobradinha "Laços" de Domenico Starnone, e "Dias de Abandono", da maioral, Elena Ferrante. Dizem (as fofocas literárias) que o primeiro é uma resposta ao segundo. Ambos são devastadores, de jeitos muito próprios. Impossível não odiar os personagens, se identificar de maneiras desconcertantes, desejar coisas ruins, e depois esperar por dias melhores. Sei lá, mil coisas. Poderia escrever sobre eles mas vocês me conhecem e talvez isso nunca aconteça.
Por fim, enquanto estava na calmaria do Mamanguá, li "As Primas", da Aurora Venturini. Ela escreveu esse livro com mais de oitenta anos, o que me fez adorá-lo ainda mais. Tô nessas de colecionar histórias de mulheres cujas coisas boas foram produzidas num estágio avançado da vida - e não antes dos 30, como prega a cartilha do Sucesso No Capitalismo. Mas, voltando ao livro, ele é diferente de tudo o que li. Desagradável e absolutamente cativante. Difícil e controverso, divertido e apavorante. Leiam, por suas contas e riscos.
📺 Queria falar também do que tenho visto, mas nossa como isso já está longo. Vou só declarar que nada tem me feito mais feliz do que assistir antes de dormir às temporadas de "The Nanny", o único sitcom possível. A série, que foi ao ar entre 1993 e 1999, acompanha vida de Fran Fine, uma vendedora que é demitida ao mesmo tempo que o namorado termina com ela pra ficar com outra, e então acaba se tornando babá dos três filhos de um viúvo milionário e produtor da Broadway. Tem um mordomo ácido na história, uma família judia do Queens, uma sócia loira que detesta Fran e qualquer outro pobre que apareça, e um figurino ESTONTEANTE. Fora o fato de que é a única coisa que me faz bem atualmente, em termos de entretenimento. Quero me sentir bem depois de um dia difícil? The Nanny. Quero me dar um abraço? The Nanny. Quero rir sem (muito) peso na consciência? The Nanny. Entretenimento do bem. Vai por mim. Tem no Prime Video (e acho que na HBO Max também).
⚡ Do lado "trabalho", que, no meu caso, é intrinsecamente ligado ao meu eu "pessoal" (culpe meu mapa astral lotado de capricórnios), vou falar primeiro as coisas legais: a gente ganhou dois prêmios no Latin American Design Awards: um raio de prata pelo projeto gráfico do vinil do álbum Cor, das ANAVITORIA, e um raio de prata pelo projeto de branding da exposição NFT.Rio. A cerimônia foi em Lima, no Peru, e foi a segunda vez que fomos pra lá (eu e Gui) em menos de dois meses. A primeira vez foi no finzin de junho-começo de julho, para a premiação do Gui como um dos quatro Young Talents da América Latina de 2023 (o que significa que ele foi escolhido, entre mais de 300 inscritos, como um dos nomes mais talentosos do Design Gráfico da América Latina com menos de 30 anos). Essa primeira vez em Lima foi surreal de legal - talvez eu deva escrever um texto só sobre ela - mas foi na segunda vez que a gente ganhou esses dois prêmios com a nossa empresa, a Tég Bureau de Inteligência Criativa. Foi emocionante, chorei, fiquei feliz horrores, sorri com todos os músculos do meu rosto, tremi pra subir no palco e receber esse reconhecimento, acreditei que estamos, em dois anos de existência, fazendo algo de especial.






⭐ No meio disso tudo, a gente foi encontrado pelo Pedro Tofani, diretor-criativo do Jão, e ele chamou a gente pra fazer a identidade visual do quarto álbum do cantor, "Super". Naquele dia, naquela reunião, eu ainda via Jão como um cantor pop brasileiro com alguma relevância, três álbuns e um hit com a Anitta que eu dancei na minha aula de dança.
Mal sabia eu que o cara é um fenômeno, e no dia em que fomos na audição do álbum, a ficha caiu. Chorei de novo vendo nossa identidade visual sendo mostrada repetidamente num telão pra mais de 13 mil pessoas, que esgotaram os ingressos em menos de 2 minutos, em um Ginásio do Ibirapuera lotado de gente apaixonada por ele, gritando a plenos pulmões, numa energia literalmente contagiante. Chorei de novo, vendo aquela cena e pensando que nosso trabalho ia fazer parte da vida daquele tanto de gente.
Na saída, vi uma galera vestindo os moletons desenhados e aprovados semanas antes aqui, nessa sala que eu escrevo essa cartinha. Pedi se eu podia tirar uma foto, agradeci depois e falei "A gente que fez 🥹", com os olhinhos cheios d'água.



🇯🇵 Uma das coisas que mais me inspira nesse trabalho que temos feito é conhecer gente que admiramos. A Ana Clara Watanabe é uma dessas pessoas, uma estilista que pensa a moda de uma maneira realmente autêntica e sustentável. Ela chamou a gente pra criar a identidade visual da marca dela, a WTNB, que é toda fundamentada no upcycling (ou seja, cria novas peças a partir de roupas que já existem, dando um novo significado a elas), tanto no vestuário quanto no mobiliário. Foi um processo muito interessante, fomos até a casa dela e passamos uma tarde fazendo uma conversa-entrevista pra nos aprofundarmos de fato na sua história - ela nasceu em Pindamonhangaba, mas tem um família com raízes nipônicas. Isso, e mais outras coisas, nos levou ao logo da marca, e a essa animação aqui, que eu adoro:
🗂️ Lendo tudo isso acima dá a impressão de que tudo está às mil maravilhas na nossa empresa, mas a realidade é muito mais complexa e cheia de camadas. Manter um negócio no Brasil, repetindo o clichê de 10 em cada 10 empreendedores, é uma prova de ultra resistência. E eu nunca havia feito isso antes - passei a vida sentada na cadeira de funcionária, e uma muito boa, modéstia à parte. Tem sido um desafio após o outro, e esse ano digo com tranquilidade que foi um revés atrás do outro. A sensação de ter a bola raspando na trave mais vezes do que seria aceitável, o gostinho da vitória ali na ponta da língua, imediatamente virando um amargo ruim de engolir.
Ainda quero falar mais disso com calma e não num resumo de algumas linhas, mas se me permitem outro clichê: de fato às vezes precisamos dar passos pra trás pra poder pegar impulso e ir pra frente.
Cá estou aguardando o tal impulso, pronta pra ele.
Agradeço infinitamente a compreensão de todo mundo que me lê nesse pedacinho da internet e entende meus timings sempre inconstantes. Obrigada (de verdade) por estar aqui!
Um beijo e até a próxima!
Ah, e se você gostou, dê aquele like, comente e compartilhe - especialmente porque estou fora do Instagram e não vou divulgar essa edição por lá.
Stephanie,
Que bonito esse dedo na garganta, essa expiação, erupção ou não sei que outras metáforas usar pra definir esses textos que simplesmente nos exorcizam. Que bom saber que mais (e imaginam que sejam muitas mais) pessoas também estão saturadas das redes. Um espaço que começou tão legal, de troca, de conhecer pessoas e ideias, se tornou um infinito shopping vertical de vitrines vivas, todas coloridas, sorridentes, vencedoras e, parece, sobretudo, jovens.
A gente não se conhece, eu segui seu substack junto com uma porção de outros pra entender como funciona este espaço, mas saiba (e eu sei que você sabe, e também sei que é importante dizer isso de qualquer forma) que o que você tem sentido faz sentido e reverbera aqui. Estou seguro de que reverbera em muitos outros espaços, também. Concordo com o comentário da Camila, aqui embaixo, de que te ler me lembrou de um tempo em que a gente era assim, na internet, se contava coisas tão íntimas, se fragilizava ao invés de querer parecer invencível.
Meus parabéns por suas conquistas recentes. É ótimo que toda essa avalanche de coisas que a gente consome todos os dias não tenha te insensibilizado pras tuas próprias vitórias e momentos de alegria.
Enfim, obrigado por compartilhar, e desculpe pela intimidade e extensão do meu comentário.
Fiquem bem.
Oi Ste! Muito bom ter notícias suas ❤️ Te acompanho desde o blog e sempre amei seus textos por eles terem o poder de me transportar para uma mesa fictícia de café e ter a sensação de que estou conversando com uma amiga.
2023 está sendo um ano MUITO difícil na minha vida também e as pessoas não compreendem muito bem quando digo isso. Minha sensação é que esse foi o ano do “desmonte”. Me desfiz de uma vida feita com “as coisas” no lugar para imigrar para outro país. Inicialmente ia para Portugal e acabei na Itália por motivos que não estavam mapeados. E é complicado dizer que meu ano está difícil quando estou num dos lugares mais lindos do mundo, mas a verdade é que muita coisa foi deixada para trás que eu amava e que tinha mais apego do que imaginava. Morava numa cidade que gostava, numa casa que depois de muito custo e progresso profissional conseguia pagar o aluguel, trabalhando na minha área (coisa rara no Brasil) e sendo reconhecida, com amizades que tinha conquistado em pouco tempo depois de uma longa adaptação (não morava na cidade onde estavam meus pais). Enfim. Foi muito dolorido me desfazer de tudo. Somado a isso ainda perdi minha tia (que era muito muito presente na minha vida, como uma segunda mãe), minha vó e não menos importante, meu cachorro de 12 anos. Foi um soco no estômago ainda difícil de processar. O reflexo disso nas minhas redes sociais é que estou há 3 meses aqui e não tenho um pingo de vontade de ficar postando a vida perfeita no Instagram, embora eu esteja abduzida pelo app. Tenho passado tanto tempo no insta que as vezes brinco com meu marido que meu cérebro derreteu. Tenho me sentido apática e todos os adjetivos que nascem da comparação desenfreada que você citou. E o pior é que nada é importante ali. Nada.
Nesses últimos 2 meses eu ainda tenho que terminar de produzir dois trabalhos científicos (um artigo e uma dissertação) para finalizar meu mestrado e confesso que tem sido um pesadelo no meio disso tudo, mas é isso aí. Como é aquele ditado? A vida continua.
Compartilhei para você se sentir abraçada. As vezes a gente precisa ouvir/ler/saber que outras pessoas estão passando por um caminhão de coisas também para nos fazer sentir mais normais, mais compreendidas. Obrigada por compartilhar a sua história também. Estou doida para ler o livro no Domenico!! Fique bem e aguardo mais notícias suas ❤️