Com carinho

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ter um lugar pra onde ir

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o outro, a gente, e o espaço que ocupa

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Stephanie N. B.
ago 08, 2024
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ter um lugar pra onde ir
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Junho e julho foram meses muito complicados pra mim. Muita incerteza, muita raiva, muita insegurança, muita sombra vindo à tona e eu tentando seguir minha vida com um turbilhão acontecendo sem pausa na minha cabeça. Quase todos os dias fui dormir com aquela exaustão mental que só quem sofre de ansiedade conhece. Um cansaço difícil de explicar, mesmo se você não fez "nada" durante o dia.

Não sei se foi pior porque em Maio eu parei com o antidepressivo, ou se a situação em si foi (tá sendo!) por si só muito pesada – minha astróloga, minha taróloga e também minha psicóloga dizem que sim, que qualquer pessoa no meu lugar estaria surtada. 

Essa coisa do antidepressivo é curiosa também. Eu parei por recomendação médica, eu estava bem, me sentindo tranquila e com a cabeça mais em paz. Começamos a fazer o desmame, acompanhamos e… tudo na maior normalidade. Me senti uma pessoa centrada, como há muito não me sentia. E então, depois de parar de vez, a vida me deu uma rasteira que sinceramente, parece até piada de mau gosto. 

Odeio confiar nas pessoas e me abrir pra vida, e me decepcionar grandemente. Isso me dá muita raiva, porque no final das contas é sempre algo que a gente não tem controle – e alguém que, podendo escolher, escolhe ser ruim e fazer só o que é melhor pra si.

Eu, feliz ou infelizmente, sou o contrário: alguém que pensa demais no bem estar dos outros, logo esse tipo de atitude fere algo muito fundamental pra mim e eu acho muito difícil lidar.
Nessas situações, lições importantes: pensar um pouquinho mais em mim e não tentar entender por que as pessoas fazem o que elas fazem – a gente só gasta uma energia preciosa da nossa vidinha, um tempo raro e nada de bom vem disso. 


Escrevi essa primeira parte do texto em São Paulo, e agora estou em Mogi Mirim, vim ficar uma semana com a minha mãe. Nós somos pessoas muito diferentes em muitos sentidos, mas somos muito parecidas em outro – é muito interessante perceber, inclusive, onde estão as contradições, como por exemplo coisas que me incomodam nela que, surpresa surpresa, eu também faço. 

Também tem as coisas que a gente vê com muito mais clareza quando está do lado de fora, e fica fácil sugerir pra fazer diferente. Mas que, parando pra pensar, sou muito parecida.  

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