Todo fim carrega muitos sentimentos.
Esse fim de ano, do lado de cá, é queda d’água. Muitos fins, todos de uma vez.
E algumas coisas que seguem as mesmas. O que torna tudo um pouco mais difícil.
O fim quando leva consigo tudo pode até rasgar o peito, mas deixa espaço pra cura.
Sem espaço a ferida não cicatriza. Não por completo.
Só lhe resta trocar o curativo, todos os dias.
Tem dias ótimos e dias bem difíceis.
E tem uma dificuldade imensa em escrever porque esse é um grande tema de agora.
Mas ainda não sinto que estou pronta pra colocar no mundo.
Têm camadas, têm delicadezas e sensibilidades.
Tô indo com calma.
Sentindo tudo, não mascarando nenhuma sensação, nenhuma dor, nenhum luto. Pedindo ajuda, chamando pra perto, agradecendo os cuidados, retribuindo os bem-quereres.
Eu volto logo.
Coincidentemente – ou não – esse tema segue:
No nosso último encontro do Clube de Leitura senti uma alegria tão grande de estar ao redor daquelas mulheres, trocando, ouvindo, cuidando, que me deu vontade de ler algo juntas agora nesse finzinho de ano. A princípio sugeri dois livros no nosso chat, mas eis que me deparei com “Fim", da Fernanda Torres - ela mesma, nossa maioral, a mais mais, dona da atuação brasileira em 2024 e esperamos que 2025 também!!!
Fernanda não é apenas uma grande atriz, uma mulher maravilhosa e divertida, como também uma excelente escritora.
Há algumas semanas a Tati veio passar um final de semana comigo e num passeio pela livraria ela apontou pra esse livro e disse: “Amiga, você TEM-QUE-LER!". Eu nem pisquei. Coloquei o dito cujo na minha mão e sai de lá com ele.
Um breve resumo, porque eu odeio sinopse hehe: “Cinco amigos cariocas rememoram as passagens marcantes de suas vidas: festas, casamentos, separações, manias, inibições, arrependimentos. Romance de estreia de Fernanda Torres traz grupo de amigos cariocas às voltas com a morte e as próprias frustrações.”
Também tem série inspirada no livro na Globoplay, que não vi e verei depois da leitura!!!
Vamos lê-lo como parte do nosso Clube de Leitura, e nos encontramos pra falar sobre ele na última semana de janeiro ou primeira de fevereiro - data a confirmar porque eu não faço ideia de como será o início de ano em termos de trabalho/compromissos/aulas, então decidimos quando 2025 chegar!
Quem vem?
Coisas recentes que me fizeram companhia e quero indicar:
Ca7riel & Paco Amoroso: O primeiro álbum deles, “Baño María”, é desses de ouvir sem parar, pra dançar, malhar, trabalhar, viajar – mas foi o Tiny Desk deles que me conquistou primeiro: vi um vídeo no TiKTok falando sobre os dois e sobre essa apresentação, e imediatamente fui fisgada pela performance dessa dupla argentina que, no estúdio, experimenta com a música e com todo tipo de interferência eletrônica possível, algo que no formato do Tiny Desk é impossível, e os caras dão um show numa apresentação diferente de tudo que eu já tinha visto. É viciante e delicioso – fora que eles são interessantíssimos e donos duma estética foda. Depois de ouvir o álbum e assistir ao Tiny Desk, vejam o curta que apresenta o conceito do “Baño María” – é coisa boa.
“Bacuri", o álbum novo do Boogarins: Se você me acompanha há um tempo deve saber que eu sou muito fã de Boogarins -essa banda de goiânia que fez com que eu me apaixonasse pela cena indie da música brasileira lá em 2016. “Manual” é um desses álbuns que eu ouço com a alma cheia, e esse trabalho novo veio como um abraço pra mim. Num momento em que me encantar com a vida tem sido remédio pras dores que não consigo controlar, esse álbum foi bálsamo.
“Invejosa”: A série argentina foi indicada pela minha amiga maravilhosa Tati Dias (ela, de novo!!!), que sempre indica bons livros, filmes e séries. Foi ela quem me indicou “Namorado de Natal" também, série norueguesa que tem um nome horrível mas é ótima e eu devo ter compartilhado em alguma newsletter ou no instagram, com certeza.
Em “Invejosa” a protagonista Vicky acaba de terminar um relacionamento longuíssimo, e está vivendo o luto da vida que ela sonhava pra si (a coincidência rs). Ela começa a ver uma psicóloga e ao mesmo tempo encontrar um novo jeito de viver - e no meio disso tudo, lidar com a inveja que sente de todo mundo ao redor dela.
A série parece bobinha, mas tem uns temas ótimos, e trata desse tema da inveja, da idealização e da amizade de um jeito bem interessante. Terminei tudo e queria mais. Tá na Netflix.
“What's Up, Doc” (Essa Pequena é Uma Parada): Eu nunca havia visto os primeiros filmes da Barbra Streisand, apesar de ter um conhecimento geral sobre a influência dela no cinema e nos musicais. Num dia aí, tristinha, resolvi ver essa comédia dos anos 70 estrelada por ela e por Ryan O'Neal que é um absurdo e ao mesmo tempo deliciosa. Era tudo o que eu precisava: leveza, risadas, bons looks e uma fuga temporária da realidade. Depois desse, virei fã da Funny Girl. Tem no Amazon Prime.
O Tiny Desk da Sabrina Carpenter: Eu digo pra todo mundo que Sabrina Carpenter é uma artista pop que entrega mais do que aparenta. Eu virava o nariz, mas então a vi no show de abertura de outra cantora pop e fui encantada pela personalidade da moça - ela é divertida, ri de si mesma, é inteligente e parece genuinamente feliz com o sucesso que tem feito. E esse Tiny Desk entrega tudo isso.
Beijos, e se não nos falarmos antes: boas festas pra quem é de festas e que o fim de 2024 nos traga inícios importantes em 2025.
Com carinho,
Stephanie Noelle